O cientista Lucas Ferrante, doutorando do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), é mais um exemplo de perseguição política que assola pesquisadores, professores, estudantes e técnicos em diversas universidades e institutos federais país afora.
Outro exemplo recente é o caso da professora Erika Suruagy, vice-presidenta da ADUFERPE, que foi intimada para depor junto à polícia Federal em inquérito criminal resultante de sua militância política em decorrência de afixação de outdoor com críticas ao presidente Bolsonaro.
Já são inúmeros casos de interferência também na própria autonomia universitária com a nomeação de reitores diferentes daqueles eleitos pela comunidade acadêmica ou até mesmo de interventores nas instituições.
Importante destacar que em decisão recente, o Supremo Tribunal Federal reafirmou a liberdade de expressão, de reunião e de cátedra nas universidades.
Ferrante se tornou mundialmente conhecido por revelar ao mundo o desmonte das políticas ambientais do governo Bolsonaro. Ele publicou estudos, que examinavam o tema, nas maiores revistas científicas do mundo, como Science e Nature.
Com base nas investigações, o doutorando do Instituto de Pesquisas da Amazônia, o Inpa, municiou o Ministério Público que moveu ações barrando projetos que destruíram reservas indígenas.
O grupo do qual Lucas faz parte foi o primeiro a prever o descontrole da covid-19 em Manaus, epicentro da nova e mais virulenta cepa do coronavírus que se espalhou pelo mundo. Sua exposição pública, porém, o tornou alvo de uma campanha de difamação que extrapolou as redes sociais.