Por Adriano Salgado • 29 de janeiro de 2019
Um chamado à unidade na diversidade. Esse foi o tom da mesa de abertura do 38º Congresso do ANDES-SN, na manhã de segunda-feira (28). A abertura foi no Auditório do Centro de Eventos Benedito Nunes, na Universidade Federal do Pará (UFPA). O Congresso segue até 2 de fevereiro na capital paraense, reunindo mais de 600 docentes universitários de todo o país.
A riqueza cultural da Amazônia marcou a celebração de abertura. Uma apresentação da Associação Cultural Iaçá destacou as encantarias e as lendas amazônicas, convidando os professores a entrarem nas rodas de carimbó.
Na mesa de abertura, o presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves, apontou os desafios da conjuntura. Ele reafirmou o compromisso do Sindicato Nacional na defesa da democracia, das instituições públicas de ensino e do trabalho docente. Antonio lembrou do movimento da Cabanagem e do revolucionário Eduardo Angelim, que no século XIX assumiu o comando da Província do Grão-Pará, destituindo a elite local do poder. “Que aquele movimento de resistência nos sirva de inspiração e que tenhamos a capacidade de construir a luta necessária para este momento e saiamos com um patamar superior da organização”, afirmou.
A diretora-geral da ADUFPA, Rosimê Meguins, deu boas-vindas aos participantes. Ela lembrou o histórico de mobilização da entidade, que completa 40 anos. Destacando a importância do movimento docente no enfrentamento à Ditadura Militar, ela defendeu a construção de unidade por mais direitos e em defesa das liberdades democráticas. “O maior desafio de nossa categoria e nosso sindicato é mostrar que não iremos aceitar retrocessos”.
O reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, criticou as medidas restritivas no Orçamento da União, falou sobre os ataques à autonomia universitária e destacou o papel das Universidades públicas na defesa de um projeto de sociedade que garanta a soberania do país. “Não podemos querer apenas preparar bons técnicos profissionais. Temos que promover a cidadania, a crítica e a ciência”, defendeu.
Representando a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Saulo Arcangeli indicou um calendário de lutas contra os ataques do novo governo. Ele deu destaque à Assembleia Geral dos Trabalhadores, que vai ocorrer em 20 de fevereiro, na Praça da Sé, em São Paulo. Ao analisar a conjuntura, ele ressaltou a resistência às políticas de austeridade fiscal pelo mundo. “Os ajustes fiscais estão sendo aplicados em todo o mundo, mas também há resistências, como os coletes amarelos na França e a greve dos professores nos Estados Unidos”, explicou.
O diretor da UNE, Adriano Mendes, defendeu a unidade entre os estudantes, técnico-administrativos e professores. Na pauta, a defesa da educação pública, um dos setores mais atacados pelo atual governo. “Temos o projeto Escola sem Partido, que na verdade é um projeto de Escola com Mordaça, que quer limitar a criticidade, para impedir o avanço de um projeto de sociedade voltado para o povo”, pontuou.
A abertura do 38º Congresso Nacional do ANDES-SN contou com a participação da diretora do Sindtifes, Taís Ranieri; do coordenador-geral do DCE da UFPA, Davi Lima; do dirigente estadual da CSP-Conlutas, Silvio Oliveira; da integrante da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde, Rafaela Fernandes; e da diretora da Fenet, Emanuele Santos.
O ANDES-SN também foi representado na mesa pela secretária-geral Eblin Farage, pela 1ª tesoureira nacional, Raquel Dias, e pelo representante da Regional Norte II, Emerson Duarte.
Fonte: ANDES-SN