Por Adriano Salgado • 23 de abril de 2020
Lucas Dominguini, nomeado pelo ministro para assumir o Instituto Federal da Santa Catarina (IFSC), comunicou ao MEC que não aceitará assumir o cargo sem que haja uma explicação pública sobre os motivos pelos quais o processo eleitoral no IFSC não foi respeitado.
O Ministério da Educação, ainda sob o controle de Abraham Weintraub, rejeitou mais um resultado de eleição para reitor de uma instituição de ensino federal. Desta vez, o MEC designou um reitor temporário para assumir o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), sem informar o motivo pelo qual não aceitou a decisão da maioria da comunidade acadêmica, que apontava a nomeação de Mauricio Gariba Júnior.
Weintraub, porém, não contava com um “detalhe”: Lucas Dominguini, nomeado pelo ministro, já comunicou ao MEC que não aceitará assumir o cargo sem que haja uma explicação pública sobre os motivos pelos quais o processo eleitoral no IFSC não foi respeitado.
“O ministério precisa justificar muito bem o motivo de o processo eleitoral não ter sido aceito. Depois a comunidade vai analisar e verificar se considera os motivos coerentes ou não. Sem justificativa, a reação vai ser contrária e isso é correto. Afinal, a instituição promoveu um processo democrático e dentro da legalidade”, disse Dominguini, que é diretor do campus de Criciúma, à Folha de S.Paulo.
Na sexta-feira 17/IV, a pasta de Weintraub também nomeou um reitor temporário para o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). O Ministério Público Federal (MPF) também questionou a interferência do MEC e pediu que Weintraub apresente, em até dez dias, “as razões que impediram a observação do resultado decorrente do processo eleitoral” nos dois institutos.
Fonte: Conversa Afiada/Paulo Henrique Amorim – 21/04/2020