Por Adriano Salgado • 16 de dezembro de 2019
Pela primeira vez, o Brasil é mencionado no relatório “Free of Think”, da organização não governamental Scholars at Risk (Acadêmicos em risco, em tradução livre). O estudo analisa e denuncia os ataques às comunidades acadêmicas e universidades pelo mundo.
A capa da quinta edição do relatório “Free of Think”, da organização não governamental Scholars at Risk, feito entre setembro de 2018 e agosto de 2019, é ilustrada com uma foto da manifestação em defesa da educação realizada no Brasil, em 15 de maio.
O relatório traz um capítulo específico sobre as ameaças à comunidade acadêmica brasileira, afirmando que “pressões significativas no ensino superior brasileiro aumentaram na véspera e no período posterior às eleições presidenciais de 2018”. Nas edições anteriores, o Brasil não foi mencionado.
O levantamento aponta “um surto” de pressão, com motivações políticas, nas universidades brasileiras, que incluíram batidas policiais nos campi, ameaças e ataques a minorias estudantis e proposta de legislações que ameaçam as atividades e os valores centrais das instituições de ensino superior púbicas no país. Além disso, cita declarações de membros e iniciativas do governo federal brasileiro como o corte de investimentos para instituições e disciplinas específicas, como a sociologia e a filosofia.
“Ataques às comunidades de educação superior, independentemente de sua localização, escala ou foco, tem consequências para toda a sociedade em qualquer país”, aponta o diretor executivo da Scholars at Risk, Robert Quinn. “Em nosso mundo, cada vez mais interconectado, esses ataques promovem a erosão de um espaço global essencial, a universidade, onde acadêmicos e a população de formal podem se reunir para compreender e resolver problemas complexos que afetam toda a sociedade”, acrescentou.
Fonte: ANDES-SN / Com informações da BBC Brasil