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“Outro Future-se”: Universidades federais de SP se aliam contra plano do MEC


Por Adriano Salgado • 3 de dezembro de 2019

Proposta intitulada ‘Outro Futuro’ se opõe ao Future-se e será levada ao Congresso

Para se contrapor ao programa Future-se, proposto pelo Ministério da Educação (MEC), as universidades federais paulistas se organizaram em uma aliança e formularam um documento com as medidas que defendem ser efetivas para o ensino superior público. O texto, com as diretrizes, foi intitulado de “Outro Futuro” e será encaminhado ao Congresso Nacional, onde as entidades de ensino e pesquisa dizem ter abertura maior ao diálogo do que com o ministério.

Enquanto o programa do governo federal foca em mudanças para ampliar o financiamento privado e a terceirização no ensino superior, a proposta das universidades reforça a obrigação do Estado com a garantia de recursos públicos e suficientes para manter e desenvolver as instituições, conforme prevê a Constituição Federal.

 “Parte do documento se dedica a reafirmar princípios constitucionais que estão sendo descumpridos por essa gestão. Precisamos lembrar e reforçar que é obrigação do Estado garantir financiamento, autonomia universitária, liberdade de pensamento e a pluralidade de ideias na academia”, disse Pedro Arantes, pró-reitor de Planejamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Também assinam o texto a federal do ABC (UFABC) e o Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

O documento também traz novas propostas para a liberação de mais recursos, como a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que libera a receita arrecadada por conta própria pelas universidades do limite do Teto de Gastos. As instituições arrecadam cerca de R$ 1 bilhão por ano, mas o dinheiro fica indisponível para uso, pois a lei estabelece que o excedente seja usado para abater a dívida pública.

As universidades ainda pedem urgência na aprovação da nova Lei de Licitações, que prevê modalidades que favorecem as compras especiais das universidades; revisão da Lei dos Fundos Patrimoniais, concedendo incentivos fiscais aos doadores; parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para uma linha de crédito, com recursos a fundo perdido, para reformas de segurança contra incêndio, acessibilidade e restauro de patrimônios históricos das instituições de ensino.

“Entendemos que, se essas propostas forem aceitas e aprovadas, recuperamos e vamos aprimorar o ensino superior público”, diz Arantes. Procurado, o MEC não se manifestou nesta sexta-feira, 29.

 

Fonte: Portal UOL-Educação / Com informações do jornal O Estado de São Paulo

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