Por Adriano Salgado • 14 de julho de 2020
Milton Ribeiro será o quarto ministro da Educação em um ano e meio de governo Bolsonaro. Antes dele, passaram pelo ministério Ricardo Vélez Rodríguez, Abraham Weintraub e Carlos Alberto Decotelli.
Quarto ministro assumir a pasta da Educação no governo Bolsonaro, o professor e pastor evangélico Milton Ribeiro, assume com a missão da apaziguar as divergências num dos setores mais importantes da estrutura governamental, porém, chega com também a incumbência de dar continuidade à pauta ideológica alinhada com o Executivo. Ele assume um ministério recheado com nomes indicados por Weintraub, quase todos aprovados por Bolsonaro, com perfis conservadores, do movimento Escola Sem Partido, próximos do escritor Olavo de Carvalho ou que defendem a ampliação do ensino a distância.
Milton Ribeiro tem 62 anos, é militar da reserva do Exército e pastor da Igreja Presbiteriana de Santos e sucede Ricardo Vélez Rodríguez, Abraham Weintraub e Carlos Alberto Decotelli. Segundo o currículo na Plataforma Lattes, mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ele é graduado em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em direito constitucional pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, instituição da qual é ex-vice-reitor. Desde maio de 2019, Ribeiro é membro da Comissão de Ética Pública da Presidência da República — primeiro a ser nomeado para o órgão por Bolsonaro.
No governo Bolsonaro, o MEC é uma das pastas que mais sofrem a influência da ala ideológica do governo. Antes do anúncio de Milton Ribeiro, Bolsonaro nomeou indicados por Weintraub para o Conselho Nacional da Educação e que agradam a ala ideológica do governo. Bolsonaro disse ao ser eleito em 2018 que o MEC passaria a priorizar um “ensino de qualidade” para os jovens serem bons profissionais, “deixando de lado” temas relacionados ao que ele costuma chamar de “ideologia de gênero” e “ideologia voltada para o desgaste dos valores familiares”.
Para o presidente, Paulo Freire é um “energúmeno”. Lembrando que Freire é considerado patrono da educação brasileira e autor do único livro brasileiro a aparecer na lista dos 100 títulos mais pedidos pelas universidades de língua inglesa consideradas pelo projeto Open Syllabus.
Com informações do G1 e Blog de Ana Flor