Por Adriano Salgado • 7 de outubro de 2022
NOTA DA ADUFLA SOBRE O CONFISCO DAS VERBAS DAS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS FEDERAIS PELO GOVERNO BOLSONARO
Toda a população brasileira recebeu ontem, dia 05/10, a notícia do confisco pelo governo federal de 2.4 bilhões de reais do MEC destinados a despesas básicas, dentre elas o funcionamento de todas as universidades e Institutos federais. Nada restou, e em a situação assim permanecendo, o ensino superior público federal não terá condições de funcionamento já nas próximas semanas.É um ataque inédito e de especial violência contra a educação brasileira, mas que se alinha com a tônica de combate à Universidade Brasileira encaminhada pelo MEC e por Jair Bolsonaro desde o início de seu governo de destruição nacional.
O “timing” do confisco também deve ser levado em conta, pois estamos em pleno segundo turno das eleições, com o campo bolsonarista em desvantagem para a Presidência da República.
Tudo indica que o confisco vem para reforçar o “caixa” para pagamento do famigerado Orçamento Secreto, crassamente inconstitucional, que vem servindo como moeda de troca entre o governo federal e setores corruptos do Parlamento federal. Contudo, temos que reagir energicamente, mas com todo o cuidado e toda a responsabilidade possíveis, para que não sejamos usados como pretexto para tentar criar um fato político que justifique alguma conduta inconstitucional e ilegal por parte do governo, no intuito de mudar a correlação de forças nestas eleições.
Cabe a todo o campo democrático rechaçar o virulento ataque à Universidade Brasileira, e resistir ao projeto de morte e devastação que nos assola já há quase 4 anos.
A ADUFLA, em articulação com o ANDES-SN, fará frente à situação, com medidas judiciais e extrajudiciais, a fim de garantir que a a UFLA e a Universidade Brasileira possa seguir funcionando e cumprindo sua relevantíssima função social, imprescindível para a democracia e para o desenvolvimento do nosso país.
Em tempo: a Reitoria da UFLA emitiu nota se mostrando “indignada” com o referido confisco das verbas do Ensino Superior Federal. Todavia, é importante nunca esquecer que esta mesma Reitoria, desde o início do presente e nefasto governo, foi de uma fidelidade canina aos intentos de destruição da Universidade Pública brasileira. Desde o Future-se (onde a UFLA foi colocada nacionalmente como “vitrine” do projeto de privatização e desmonte da Universidade), passando por ações antissindicais brutais e diuturnas contra a ADUFLA e outras entidades, avançando ainda contra as condições básicas de manutenção e permanência estudantil (notadamente de discentes mais socialmente vulneráveis), até o negacionismo científico mais agressivo (o que nos forçou a deflagrar uma greve sanitária pelos/as docentes em defesa da saúde e da vida, a primeira no Brasil e, diga-se, na história do país). Tudo isso com direito ainda à recepção na UFLA, com honrarias e rapapés, de agentes do governo federal comprometidos com a aniquilação da Universidade Brasileira.
O bolsonarismo militante e antidemocrático do grupo político que compõe a presente Reitoria é patente, claro e inegável. Jogos de cena e mudanças retóricas não afastam o compromisso umbilical que a presente gestão (e seus satélites) teve e tem com o governo Bolsonaro e com a devastação dos marcos democráticos da Universidade Brasileira.
A ADUFLA não se esquece disso. E não deixará que isso caia no esquecimento. Nem em Lavras – nem em Brasília.
Saudações Universitárias e Sindicais,
ADUFLA – Seção Sindical