Por Adriano Salgado • 3 de março de 2016
O Dia Internacional da Mulher terá uma conotação diferente este ano na Universidade Federal de Lavras (UFLA). As entidades representativas dos docentes, dos técnicos-administrativos e dos estudantes estarão aproveitando a data normalmente utilizada para homenagear as mulheres para promoverem uma série de eventos em torno da discussão de um assunto sério e que vem preocupando cada vez mais a comunidade acadêmica: o assédio moral e sexual dentro da universidade.
O ato “Nem tudo são Flores – Debatendo os assédios na UFLA”, reúne a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Lavras (Adufla), o Sindicato dos Servidores Técnicos Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior de Lavras (Sind-UFLA), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a Associação de Pós-Graduandos (APG), além da participação do Coletivo Mulheres da UFLA e do Levante Popular da Juventude.
O objetivo da mobilização é debater a questão dentro da instituição de forma pública para esclarecer a comunidade acadêmica sobre o que pode e o que não pode ser considerado assédio moral ou assédio sexual; exigir que os casos relatados deixem de ser tratados como fatos normais; cobrar da direção da universidade que a mesma tome as medidas legais para coibir qualquer tipo de abuso; e que se tenha mais transparência em relação ao número de casos registrados.
A questão do assédio vem sendo tratada entre as entidades representativas na UFLA desde o ano passado, mas devido à greve das universidades as ações não foram realizadas em 2015. Existe um consenso entre os representantes dos docentes, técnicos e estudantes de que tanto a direção da universidade quanto as próprias entidades não estão sabendo lidar com o problema de forma adequada.
A ideia é justamente iniciar uma ampla discussão em torno do assunto, envolvendo todas as categorias, para que num segundo momento o movimento possa apresentar propostas e subsídios que possam contribuir para erradicar um problema que é real e está presente no dia a dia da instituição.
A programação terá início às 10h do dia 8 de março com a realização de oficinas de cartazes e stencil no canteiro central da UFLA, com mobilização no campus e ações políticas e culturais. Na parte da tarde, às 14h, a palestra “Debatendo os Assédios na UFLA” terá a participação dos professores Bruno Gonçalves (DIR), Gabriela Navarro (DIR) e Catarina Dallapicula (DED), no Salão de Convenções, onde também acontecerá o Cine Debate com o filme “As Sufragistas”, às 17h, seguido de debate, com os professores Marcelo Sevaybricker (DCH) e Catarina Dallapicula (DED).
Ao final da mobilização, será elaborado um manifesto de lançamento do Fórum Permanente para Debater o Assédio Moral e Sexual na UFLA (nome provisório), que irá reunir todas as entidades representativas da universidade numa ampla discussão em torno do tema, com a realização de uma série de ações a partir do evento da próxima terça-feira.