Por Adriano Salgado • 30 de julho de 2019
Informação havia sido omitida na apresentação do projeto em Brasília; reunião na Regional do Andes-SN no Rio destacou importância de construir as mobilizações em defesa da Educação pública previstas para 13 de agosto
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, admitiu que o projeto do governo para as universidades públicas federais – o Future-se – prevê a contratação de professores sem concurso público. Na apresentação da proposta, no dia 17 de julho, em Brasília, Weintraub e o secretário de Educação Superior, Arlando Barbosa. omitiram essa informação. Na entrevista à jornalista Ana Carla Bermúdez, publicada pelo UOL, não é mencionada a possibilidade de contratação de técnicos-administrativos, mas, pelo contexto da conversa, isso também fica evidente.
O programa do governo prevê a contratação de organizações sociais, sem necessidade de licitação, para a gestão das universidades federais. Na apresentação do projeto, os representantes do governo federal disseram que isso ocorreria em áreas que já estão terceirizadas, como a limpeza e vigilância.
No entanto, o projeto é claro quanto à ingerência das OSs nas áreas de ensino e pesquisa. “[Vai poder fazer] um zilhão de coisas”, disse o ministro sobre as organizações sociais nas universidades. Indagado pela repórter sobre se haveria alguma área em que a OS não poderia atuar, Weintraub fez um discurso a favor da “liberdade” nas universidades.
“Existe alguma área na estrutura da universidade em que uma OS não poderá atuar?”, perguntou a jornalista do UOL. “A princípio, o Future-se é liberdade. A gente quer dar liberdade. Conhecimento é liberdade. Eu acho um absurdo a gente não poder discutir coisas dentro de uma universidade”, respondeu o ministro, chegando a mencionar que, a partir desse programa, haveria liberdade até para passar um filme na universidade – a repórter não questionou, ou ao menos não foi publicado, a qual universidade federal do país proibiria a exibição de filmes ou debates.
Após a repercussão da entrevista do ministro, o Ministério da Educação divulgou nota na qual nega que haverá contratação de docentes sem concurso de forma geral e que isso seria apenas para professores renomados internacionais, sem entrar em detalhes.
Fonte: ADUFF / Por Hélcio Lourenço Filho