Docentes da UFLA rejeitam o programa Future-se e criam comissão independente para debater a proposta do MEC

Reunidos em Assembleia Geral Extraordinária, docentes da UFLA dizem não ao Future-se e fortalecem comissão independente para analisar os pontos negativos da proposta do MEC como forma de subsidiar as discussões junto à comunidade acadêmica

A plenária da Assembleia Geral Extraordinária da ADUFLA, realizada na tarde desta terça-feira para debater o programa Future-se, deliberou por unanimidade pela rejeição ao Programa Future-se e também pela ampliação do debate através de uma comissão independente de docentes constituída para discutir a questão.

A proposta da comissão é realizar um estudo detalhado dos pontos do programa que já se mostraram contrários aos princípios de uma Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade, erguida sob os pilares fundamentais do Ensino, Pesquisa e Extensão, e ainda, que conferem um caráter mercantilista que fere a autonomia universitária e coloca em risco tanto a carreira docente quanto os investimentos públicos nas Instituições Federas de Ensino.

Outro ponto aprovado pelos docentes na assembleia foi a retirada da Seção Sindical, enquanto entidade, do Grupo de Trabalho convocado pela direção da UFLA para analisar a minuta apresentada pelo MEC, endossando decisão dos próprios representantes da ADUFLA, SindUFLA DCE e APG, que, de forma conjunta, se retiraram da GT após a mal estar surgido diante da visita “surpresa” do idealizador do projeto do Governo, o Secretário da Educação Superior, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, à universidade.

Os representantes das entidades de classe da UFLA questionaram a não divulgação da agenda da visita oficial do secretário do SESU, como também criticaram a falta do convite formal para participação dos membros do GT no evento de apresentação do programa, que seria realizado na sala dos conselhos, fato que só se tornou público após a notícia “vazar” nas listas de email dos docentes. A postura da reitoria foi entendida como total desrespeito às entidades e à própria comunidade acadêmica justamente no momento em que se discute um programa de tamanha relevância para o futuro da universidade.