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Docentes da ADUFLA deliberam sobre “greve sanitária” e até judicialização contra o retorno das atividades presenciais na UFLA


Por Adriano Salgado • 6 de novembro de 2020

Em plenária virtual sobre a portaria que determina o retorno das atividades administrativas presenciais na UFLA, os docentes aprovaram um indicativo de “greve sanitária” e até judicialização no caso da obrigatoriedade do retorno sem a devida justificativa

Em Plenária Virtual da ADUFLA realizada terça-feira, 03/11, às 16 horas, docentes discutiram a determinação emitida pela UFLA do retorno de todos(as) os(as) servidores(as) às atividades presenciais. Tal decisão foi tomada de maneira autoritária e sem a devida discussão com as entidades de classe. A insensibilidade demonstrada pela administração da UFLA causou estranheza e muita indignação entre os(as) trabalhadores(as) que não compreendem essa decisão açodada, inexplicada e injustificada. Num momento em que: a) a pandemia persiste; b) muito esforço tem-se feito para evitar perder o controle; c) o número de pessoas suscetíveis (não infectadas) supera e muito os infectados; d) não há vacina nem remédios que curam; d) a Europa e Estados Unidos enfrentam uma segunda onda pior que a primeira, notadamente devido à reabertura de suas atividades; e) a portaria 109 de 29/10/2020 do Ministério da Economia não DETERMINA o retorno e f) Ministério da Economia olha apenas o viés econômico; é inaceitável pautar a vida das pessoas pela lógica produtivista do mercado, cujas atividades podem ser feitas remotamente, ainda que num ritmo mais lento ou com as dificuldades de se trabalhar remotamente. O princípio nobre e maior o qual deve reger a tomada de decisão, neste momento, é o de proteger a vida dos trabalhadores da UFLA e não o de expor pessoas a um risco desnecessário e evitável, cuja doença, quando não mata, pode deixar sequelas nos pulmões, rins, cérebro, traqueia, músculos, dentre outras desconhecidas por se tratar de uma doença nova e pouco estudada.

Após a sessão de discussões e ponderações, a Plenária da ADUFLA deliberou, por unanimidade, o indicativo de greve sanitária. Dentre os argumentos apresentados, professores manifestaram-se contrários às atividades presenciais, cujas atividades podem seguir remotamente. As atividades essenciais da universidade estão garantidas e sendo executadas e, por estarmos em pandemia, não se justifica determinar o retorno às aulas de TODOS(AS) os(as) servidores(as) da UFLA (docentes e técnicos), criando um ambiente propício à disseminação do vírus, criando um ambiente de maior risco de vida aos(às) servidores(as), aos seus familiares e ao município de Lavras como um todo. Destaca-se que lançar uma nota no SIG, corrigir um trabalho, emitir um relatório, fazer reunião de uma comissão são atividades administrativas, bem como solicitar um monitor para uma disciplina, marcar uma banca etc. São atividades que, claramente, não demandam a necessidade de ocorrerem presencialmente. Além disso, há professores que dividem seus gabinetes, há laboratórios compartilhados por diversas pessoas que, além do risco de compartilhar material usado por muitos, estariam também compartilhando o mesmo ar, por onde o vírus se propaga também.

Outra deliberação foi a de recorrer a judicialização, se houver qualquer determinação de retorno às atividades presenciais de maneira generalizada e sem justificativa do porquê determinada atividade deve voltar a ser presencial. A ADUFLA está e sempre esteve à disposição da administração da UFLA para que decisões que impactam seus trabalhadores pudessem ser dialogadas e soluções pudessem ser construídas em conjunto. Entretanto, a atual administração, até o presente momento, tem insistido numa posição autoritária, a qual precisa mudar para se criar um bom ambiente de trabalho. Considerando que os trabalhadores pagaram de seus bolsos a adaptação do ambiente de trabalho em suas casas como mobília, computadores, câmeras, microfone, internet, dentre outros, é desonroso à essa administração tomar uma atitude violenta como esta, além de não dirigir nenhum reconhecimento ao esforço e custos arcados pelos seus trabalhadores, tomando decisões unilaterais que ignoram aqueles que de fato fazem desta universidade a potência que é.

A direção da ADUFLA se mantém de prontidão diante do desenrolar dos acontecimentos e na defesa diária dos interesses legítimos da categoria, na garantia de seus direitos constitucionais, nas condições básicas de trabalho, sempre na busca do diálogo democrático junto da categoria e da própria direção da universidade em torno de questões relevantes no dia a dia da instituição.

Diretoria da ADUFLA S. Sindical

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