Por Adriano Salgado • 9 de março de 2021
Docentes reunidos em Assembleia Geral Extraordinária da ADUFLA, na manhã desta segunda-feira (8/3), de forma virtual, aprovaram o INDICATIVO DE GREVE SANITÁRIA da categoria por ampla maioria, com 6 abstenções e nenhum voto contrário. Esta aprovação é decorrente do retorno às aulas práticas presenciais que iniciaram-se hoje para os cursos de medicina e medicina veterinária e, a partir do dia 23/3, para os demais cursos, conforme decisão anunciada pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CEPE), na sexta-feira (5/3). Na assembleia, houve ampla discussão sobre as inúmeras implicações do retorno às aulas em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19 no país e no pior cenário desde o surgimento do primeiro caso no Brasil, exatamente há um ano.
Durante a assembleia desta segunda-feira, foram levantados diversos pontos que corroboram com a decisão de uma greve de docentes. Entre os argumentos apontados, destaca-se o fato de que todas as medidas tomadas pela direção da UFLA dizem respeito às ações de prevenção apenas dentro das dependências da universidade. Na assembleia, constatou-se que já houve festa em república no final da semana passado. Relatou-se a preocupação com a proliferação do coronavírus e suas novas cepas devido à aglomerações de estudantes e também com a circulação de centenas de alunos nos supermercados, padarias, bares, farmácias etc. Tal situação é totalmente previsível, foi anunciada pelos professores e técnicos à administração da UFLA, porém foi ignorada pela administração da universidade.
Infelizmente, a universidade tenta eximir-se da responsabilidade da decisão tomada e suas consequências. Entretanto, ela tem a obrigação de trabalhar com essa questão, por ser ela a responsável direta em aprovar a vinda dos alunos.
Uma outra assembleia será convocada nos próximas dias para discussão e aprovação da greve. O objetivo desta greve é preservar a vida dos professores, alunos, técnicos-administrativos, seus familiares e da própria comunidade, reduzindo os riscos de contaminação pelo distanciamento social e pelo desestímulo a vinda de alunos de diversas outras cidades e regiões brasileiras, incluindo várias em lockdown. Havendo aprovação de greve sanitária na próxima assembleia, professores ficam desobrigados a retornar às atividades presenciais, entretanto, devem manter a realização das atividades remotas envolvendo ensino, pesquisa, extensão e administração.
Outra deliberação tomada pela Assembleia Geral foi a criação de uma comissão de docentes com a finalidade trabalhar no alerta e conscientização de todos os envolvidos, de estudantes até a comunidade em geral, quanto aos perigos latentes que poderão decorrer da decisão da UFLA do retorno das atividades presenciais, reabertura do alojamento e a falta de controle sobre os reflexos da medida para além das dependências da universidade. Acreditamos que a informação, neste momento, será a melhor aliada de todas, frente ao grande risco imposto a todos nós pela direção da UFLA.
Fonte: ADUFLA S. Sindical