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ANDES divulga nota contra o retorno das atividades presenciais na UFLA


Por Adriano Salgado • 9 de setembro de 2021

A diretoria do ANDES Sindicato Nacional divulgou na segunda-feira (6/7) nota contra a portaria que determina retorno presencial inseguro às aulas na Universidade Federal de Lavras (UFLA). No dia 24 de agosto, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFLA, em uma reunião relâmpago, deliberou pelo retorno gradual das estudantes e dos estudantes às aulas presenciais, um dia depois de ser publicada a Portaria da Reitoria nº 787 que determinou o retorno das servidoras e dos servidores docentes e técnico-administrativos ao trabalho presencial a partir do dia 8 de setembro. 

Confira a íntegra da Nota d o ANDES:


NOTA DA DIRETORIA NACIONAL DO ANDES-SN CONTRA A PORTARIA QUE DETERMINA RETORNO PRESENCIAL INSEGURO ÀS AULAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS-UFLA

 Chegamos a quase seis centenas de milhares de mortes pela COVID-19 no Brasil. A ameaça da variante Delta se mostra cada vez mais concreta e, não obstante tudo isso, de forma temerária e irresponsável ainda se notam situações em que trabalhadores e trabalhadoras da educação são levado(a)s ao retorno de atividades presenciais, colocando em risco suas vidas, e de seus familiares, bem como intensificando potencialmente a disseminação da doença.

É o caso do reitorado da Universidade Federal de Lavras, que por meio da Portaria nº 787/2021 e de forma contrária a todas as expectativas da comunidade acadêmica determinou o retorno integral das atividades técnicas e docentes para o dia 8 de setembro próximo, com sinalização de uma retomada massiva – ainda que não integral – de estudantes até o final do mesmo mês.

Com ciclos de vacinação ainda incompletos ao conjunto de servidores e servidoras da universidade, a medida coloca em risco não só a comunidade universitária como toda a cidade de Lavras-MG.

Não se trata essa de movimentação inédita: teve-se notícia, por parte da direção da ADUFLA, seção sindical do ANDES-SN na referida universidade, de que um açodado retorno às atividades em momento pretérito colaborou com a contaminação de trabalhadore(a)s terceirizado(a)s da universidade, sendo que três desses vieram a óbito por decorrência da COVID- 19.

A UFLA, historicamente, vem se mostrando como uma vitrine à agenda do MEC para implementação de suas políticas, tanto no que se refere ao FUTURE-SE, o ranking de permeabilidade das políticas privatistas da gestão Weintraub, bem como no que foi o apressado implementar do ensino remoto no curso da pandemia. O mesmo não pode se dar com a retomada de aulas presenciais, ao arrepio dos protocolos de segurança – até em razão da carência de políticas de segurança a serem adotadas pela referida universidade – e dos próprios anseios dos setores que compõem a universidade, que tão somente foram comunicados por meio de portaria quanto ao retorno, sem qualquer diálogo efetivamente estabelecido para tanto.

São muitas as incertezas que ainda pairam, e a determinação de um retorno imediato às aulas só projeta medo e receio ao conjunto do(a)s trabalhadores e trabalhadoras da UFLA, que já se mobilizam – como na assembleia intercategorial ocorrida em 2 de setembro passado – para dar resposta política à altura desta irresponsável imposição do retorno de atividades presenciais.

Reivindicamos a revogação imediata da Portaria nº   787/2021   e   a   adoção   de medidas necessárias para garantia da qualidade de educação, condições dignas de   trabalho e estudo e, acima de tudo, de preservação da vida!

Fora Bolsonaro e Mourão!

Todos às ruas no 7S contra as ameaças golpistas em nosso país!

 Brasília(DF), 6 de setembro de 2021.

Diretoria Nacional do ANDES Sindicato Nacional

ADUFLA repudia a decisão do retorno às atividades presenciais

Em nota divulgada em 31/8, a diretoria da ADUFLA S. Sindical destaca que “mais uma vez a diretoria executiva da UFLA, sempre buscando ser a pioneira no desmonte das universidades públicas e na precarização da educação brasileira, demonstra que o seu compromisso se restringe aos interesses particulares de indivíduos e grupos que administram a universidade como se esta fosse uma empresa privada e não uma instituição pública de ensino superior, cuja finalidade declarada no seu estatuto, artigo 5º, é “a melhoria das condições de vida das pessoas e da coletividade”.

Ainda de acordo com a nota da ADUFLA, “A justificativa de estar “atendendo à comunidade acadêmica”, que supostamente desejaria o retorno das atividades presenciais, não tem sustentação na realidade. O CEPE ignorou o resultado da consulta feita às e aos estudantes pelo DCE, como também as manifestações das entidades representativas das e dos docentes, estudantes e servidoras e servidores técnico-administrativos que contrariavam o discurso da direção executiva da UFLA. Na consulta feita pelo DCE, 70,2% das e dos estudantes responderam que não se sentem seguras ou seguros para retornar às aulas presenciais, e 67,3% disseram que vão cancelar a matrícula nas disciplinas que exijam o retorno. Considerando-se que 65,2% das e dos estudantes afirmaram não ter recebido sequer a primeira dose da vacina –  estando, portanto, em situação de risco maior – ao ignorar esse grupo a UFLA mostra que de fato não se preocupa com a vida de ninguém.”

A ADUFLA afirma ainda que “está atenta ao que acontece em todas as instâncias da universidade e continuará trabalhando para que todas as manifestações possam ser acolhidas e respeitadas, e para que a UFLA tenha uma gestão verdadeiramente democrática e comprometida com o desenvolvimento humano e social no Brasil. “

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