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Abraham Weintraub, novo nome do MEC, não tem experiência em Educação


Por Adriano Salgado • 9 de abril de 2019

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) exonerou o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, e anunciou o professor Abraham Weintraub para o cargo. Os atos foram publicados, nesta segunda-feira (8) em edição extra do “Diário Oficial da União”.

Abraham Weintraub é executivo do mercado financeiro há 20 anos. Até a semana passada, atuava como secretário-executivo da Casa Civil, segundo cargo mais importante dentro da pasta.  Assim como o irmão Arthur, que também ocupa cargo no governo, Abraham foi apresentado a Bolsonaro pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Na iniciativa privada, trabalhou no Banco Votorantim por 18 anos, onde foi economista-chefe e diretor. Foi sócio na Quest Investimentos e membro do comitê de Trading da BM&FBovespa.

O novo responsável pelo MEC é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Administração na área de Finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desde 2014, atualmente licenciado.

Além da preocupante falta de experiência em educação e gestão pública, Weintraub também é seguidor do astrólogo e escritor Olavo de Carvalho. Demonstra alinhamento ideológico às pautas neoliberais e de extrema-direita e diz que irá combater o “marxismo cultural”.  “Em vez de as universidades do Nordeste ficarem aí fazendo sociologia, fazendo filosofia no agreste, [devem] fazer agronomia, em parceria com Israel”, disse ele no ano passado, em uma transmissão ao vivo citada no UOL.

Para Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, o novo ministro é uma “solução caseira” a Ricardo Vélez. Para Gonçalves, o ex-ministro saiu do cargo devido à sua incapacidade política e de gestão. “O novo ministro não tem qualquer experiência na área da Educação e de Gestão Pública. No entanto, é uma figura híbrida. Tem alinhamento com as políticas econômicas neoliberais e também com a ideologia de extrema-direita desse governo, o que é extremamente preocupante. E já demonstrou desconhecer as reais necessidades educacionais do país”, avaliou o presidente do Sindicato Nacional.

Discurso de posse

Em seu discurso de posse, o novo ministro da Educação disse que é necessário “melhorar o serviço” prestado pelo ministério. Ressaltou que quer “acalmar os ânimos” e entregar os resultados esperados para melhorar a educação, sem aumento de gastos.

Afirmou ainda que não tem filiação partidária, e sim convicções políticas. “O que trago de diferente dos ministros anteriores: não sou filiado a partido político, sou um técnico, professor universitário, de uma universidade de muito renome. […] Tenho capacidade de gestão para entregar o resultado”, complementou.

Fonte: ANDES, com edição da Ascom/ADUFLA

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