Por Adriano Salgado • 9 de outubro de 2020
Além de serem contrários ao retorno das aulas presenciais antes de vacina para a Covid-19, docentes apontam falhas no Ensino Remoto e queda na qualidade do aprendizado dos alunos
Em meio à discussão sobre o retorno às aulas presenciais em todos os níveis da educação, seja nos municípios, estados ou união, inclusive com normativas publicadas pelo MEC, a ADUFLA lançou enquete entre os(as) sindicalizados(as) como forma de avaliar a percepção dos(as) docentes da UFLA em relação à questão.
O formulário disponibilizado por email entre os dias 29/9 e 6/10 teve a participação de 182 associados(as), que responderam a seis questões de múltipla escolha e uma questão aberta. A enquete quis saber também a avaliação dos docentes sobre o modelo do Ensino Remoto Emergencial adotado na UFLA, se deveria haver mudanças e quais seriam essas mudanças.
Retorno às aulas presenciais
A enquete apontou que 85,1% dos docentes participantes não concordam com o retorno às aulas presenciais enquanto não existir vacina disponível ou tratamento eficaz contra a Covid-19. Praticamente o mesmo índice dos que consideram que a UFLA não possui condições sanitárias que garantam a saúde de todos num possível retorno às salas de aulas no cenário atual.
Mudanças no ERE
Sobre o Ensino Remoto Emergencial, 66,3% dos que responderam à enquete concordam que o modelo deve ser reavaliado, o que reafirma a posição da ADUFLA de que faltou um diálogo efetivo com a comunidade acadêmica no processo de implantação do ERE, com 48,1% sugerindo maior autonomia docente para definição e periodicidade das atividades do REO.
Prejuízo no ensino aprendizado
Um ponto alarmante da enquete diz respeito à avaliação do aprendizado do aluno no ERE, onde 86,6% dos participantes consideram entre médio, fraco ou muito fraco, contra apenas 13,3% que apontaram como alto e muito alto. Os dados vão ao encontro da preocupação manifestada pela ADUFLA sobre os reflexos negativos que o ensino remoto traz à formação dos alunos.
Suspensão do ano letivo
Mesmo com os questionamentos apontados na enquete, a grande maioria dos docentes que responderam (76,4%) concordam que implantação do ERE foi a melhor alternativa à suspensão do calendário letivo em 2020, contra 23,6% daqueles que acreditam que o cancelamento do ano letivo teria sido a melhor opção.
Sugestões de mudanças no ERE – Questão aberta