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Sob o Governo Bolsonaro, MEC tem maior número de trocas desde a redemocratização e evidencia o descaso com o setor


Por Adriano Salgado • 1 de julho de 2020

Ministério caminha rumo ao quarto nome para comandar a pasta no período de um ano e meio de gestão. Situação expõe descaso com um dos setores mais sensíveis da sociedade.

O governo Jair Bolsonaro (sem partido) atingiu um marco inédito de mudanças no comando do MEC (Ministério da Educação). Com a demissão de Carlos Alberto Decotelli, o ministério caminha rumo ao quarto nome para comandar a pasta no período de um ano e meio de gestão. É o maior número de trocas no cargo de ministro da Educação desde a redemocratização do país. Decotelli, que havia sido indicado para o posto na semana passada, pediu demissão do cargo ontem após uma série de revelações de que havia informações falsas em seu currículo. 

Antes dele, o MEC foi comandado por Abraham Weintraub, que assumiu o ministério em abril de 2019 e deixou a pasta em junho deste ano após atuação pífia e atritos com STF (Supremo Tribunal Federal). Seu antecessor, o ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez, permaneceu no MEC de janeiro a abril do ano passado, somando pouco mais de três meses na cadeira. 

O outro período desde a redemocratização em que foram feitas mudanças no comando do MEC em um curto espaço de tempo aconteceu no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). De janeiro de 2015 a maio de 2016, três nomes passaram pelo Ministério da Educação: Cid Gomes, Renato Janine Ribeiro e Aloizio Mercadante. Mas a saída deste último não pode ser considerado uma troca, já que sua saída se deu pelo afastamento da própria presidente após processo de impeachment.

Claudia Costin, diretora do Ceipe (Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais) da FGV (Fundação Getulio Vargas), diz lamentar o cenário de mudanças constantes e de incertezas por que passa o MEC. “O que ficou configurado nesse episódio todo [da saída de Decotelli é a pouca importância que a educação recebe”, afirma. 

Fonte: Folha de S. Paulo (Por Ascom/ADUFLA)

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