Por Adriano Salgado • 30 de julho de 2019
O Future-se, projeto anunciado pelo Ministério da Educação, é o maior e mais profundo ataque às universidades federais dos últimos anos.
A proposta apresentada pelo MEC na semana passada abre caminho para a ampla privatização das Instituições Federais de Ensino Superior por meio de medidas que ferem a autonomia, o compromisso com o desenvolvimento social e o caráter crítico das instituições, instituindo a plena lógica de mercado.
Confira a seguir 15 razões para dizer não ao “Future-se”
1- O projeto foi construído de maneira autoritária sem consulta ou diálogo com a comunidade universitária;
2 – Retira a responsabilidade do Estado de fornecer educação aos brasileiros. O ensino e a ciência são setores estratégicos, por isso recebem maciços investimentos públicos nos países mais desenvolvidos e que mais cresceram nas últimas décadas;
3 – As atividades das instituições ficam a serviço do mercado e não da comunidade. Empresas querem lucro, não retorno social.
4 – A contratação sem concursos públicos põe fim à liberdade em sala de aula e na condução de pesquisas;
5 – O modelo de captação de recursos coloca em desvantagem universidades distantes dos grandes centros urbanos;
6 – Está articulado a outros projetos de desmoralização e sucateamento das universidades, como o contingenciamento orçamentário, o corte de bolsas e o fim da estabilidade dos servidores;
7 – Coloca freio no processo de democratização do acesso ao ensino superior público, que estamos vivenciando nos últimos anos;
8 – Fere de morte a autonomia das universidades, prevista na Constituição Federal, ao deixá-las subordinadas aos interesses do mercado;
9 – Entrega à iniciativa privada um patrimônio construído ao longo de décadas e que é do povo brasileiro;
10 – O governo não tirou do ensino superior para investir no básico. Diversos projetos da educação básica não receberam repasses federais este ano. Da mesma forma, é mentira que o Brasil gasta muito com as universidades. Em 2015 e 2016, 1% do PIB foi para o ensino superior;
11 – Quebra o tripé que norteia a universidade pública brasileira ao deixar completamente de lado a extensão;
12 – Universidade é muito mais do que só local de inovação: é espaço de formação crítica, de trabalhadores qualificados, de formulação do pensamento brasileiro, de desenvolvimento de pesquisas com impacto social e de projetos de extensão, de atendimento às demandas da população…
13 – E mesmo assim a inovação já está presente nas instituições. A maioria das startups brasileira vem de universidades públicas;
14 – Com o fim dos concursos e sem mais explicações sobre o assunto, não se tem garantias sobre como ficarão as condições de trabalho de técnicos e professores;
15 – O poder público é o grande responsável pelos investimentos em ciência no mundo! Nos Estados Unidos, 60% dos recursos para pesquisa são públicos. Na Europa, 77%.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ASPUV