Por Adriano Salgado • 26 de fevereiro de 2018
Os variados ataques às instituições públicas de ensino superior (Universidades, Institutos Federais e CEFETs) e aos seus professores e professoras têm se intensificado no último período, com o aprofundamento nos cortes de verbas – o que limita a autonomia e o desenvolvimento do tripé ensino-pesquisa-extensão -, a ampliação das denúncias que buscam a desmoralização das Instituições públicas de ensino e as ações que visam desqualificação e perseguir acadêmica e politicamente o corpo docente. Exemplos disso são a perseguição direta ao professor Luis Felipe Miguel, do departamento de Ciências Políticas da UnB, com a manifestação do Ministério da Educação (MEC) de que interviria para cancelar uma disciplina ofertada pelo docente; e o achincalhamento ideológico nas redes sociais à professora Erlenia Sobral do Vale, do curso de Serviço Social, da UECE.
Essas ações, aliadas a tantas outras, como o projeto da Escola sem Partido e a censura às expressões culturais, apontam para o recrudescimento do conservadorismo histórico das elites da nossa sociedade e para a tentativa de esvaziamento do sentido republicano, laico e civilizatório da educação pública, caracterizando-se como um ataque direto à autonomia das instituições de ensino superior, claramente estabelecida no texto da Constituição Federal, no artigo 207, e à liberdade acadêmica, política e ideológica dos professores e professoras.
Mais uma vez a direção deste sindicato reafirma seu compromisso com a defesa da Universidade Pública, gratuita, de qualidade, laica, democrática e socialmente referenciada, e se solidariza com os professores e as professoras. Posiciona-se, ainda, de forma veemente em defesa da autonomia universitária, da liberdade acadêmica e contra todas as formas de autoritarismo e cerceamento político e/ou ideológico do trabalho docente.
Brasília, 22 de fevereiro de 2018.
DIRETORIA NACIONAL DO ANDES-SN